Abusos e violências em invasão de terras, denunciam moradores


PORTO VELHO -RO


Invasão de terras na comunidade Santa Terra em Porto Velho preocupa moradores. Segundo denúncias há mais de um mês invasores estão desmatando a Área de Preservação Permanente (APP) para lotear os terrenos. A área invadida fica atrás da colônia penal, no quilômetro 14, na estrada da Penal. “Eles [invasores] vem aqui quase toda noite com um caminhão lotado de homens e entram na mata derrubando tudo”, disse a denúncia.


A grilagem de terras, pelo que tudo indica, está acontecendo em nome da Associação de Agricultores e Chacareiros e Hortigranjeiros da Terra Santa. Os terrenos de 10 por 30 metros estão sendo vendidos por cerca de R$ 30 mil reais, segundo informações. “Essa área está toda loteada para empresa grande, gente grande mesmo”, acreditam os moradores que não querem ser identificados.


Os moradores dizem também que viram várias pessoas disfarçadas de policiais e com uniforme dos órgãos ambientais entrando na invasão. “Eles vem disfarçados de justiça, mas tiram as placas dos carros e das motos”.


A preocupação maior dos moradores é com as ameaças de morte e com a repentina onda de violência. “Falam que é para gente ficar calado se não o fogo vai tomar conta de tudo”. E revelam ainda que a noite já escutaram gritos de crianças sendo estupradas. “Trazem crianças para ser estupradas, a criança chora gritando a noite toda, e a gente não pode dar um socorro, é menino e menina que trazem de moto”, afirma.


De acordo com os moradores, o local onde ocorrem os estupros e em um casebre (de aproximado 10 metros quadrados) todo coberto de palha localizado na entrada da estrada aberta pelos grileiros.


A reportagem foi ao local indicado e encontrou embalagem de camisinha, latas de cervejas, garrafas pet de refrigerantes, churrasqueira de tijolos e meio saco de carvão (de 5 quilos).

Fiscalização intensa


As denúncias da invasão levaram a Sedam e o Batalhão Ambiental intensificarem fiscalização na região. A estrada aberta pelos invasores tem aproximadamente quinhentos metros.


A Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) notificou a presidente da Associação, Lenir Barbosa de Souza, que deve comparecer ao órgão ambiental para esclarecer as acusações de invasão de terras e uso ilegal da Autorização Especial expedida pela Secretaria.


A autorização era para a organização limpar estrada ao lado da área protegida e conforme a própria associação solicitou ao órgão, a limpeza melhoraria o acesso da comunidade à linha que liga a estrada da Penal. Mas os moradores dizem que os invasores estão usando o documento para desmatar a APP.


De acordo com o coordenador de Proteção Ambiental da Sedam, Antônio Cardoso, a autorização expedida à associação está cancelada por terem apresentado dados falsos e ocultados informações. “Estamos preparando um relatório apontando todos os danos causados a área de proteção e a partir desta ação, vamos fazer as autuações e aplicar multas”, finaliza ele.

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