Flona Bom Futuro tem crescimento de queimadas em agosto

Rafael Abreu

As queimadas na Floresta Nacional do Bom Futuro de apenas um foco em julho saltaram para 63 em agosto, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A maioria dos focos de queimadas foram localizados na vila do Rio Pardo e no povoado de Marco Azul. Segundo o meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Luiz Alves as condições climáticas em agosto favoreceram o aumento de focos. “Na primeira quinzena do mês estávamos sob influência de forte massa de ar quente e seco que manteve a umidade do ar baixa (valores mínimos próximos de 30%) e a temperatura durante a tarde bastante elevada (acima dos 35 graus celsius), sem contar com um grande número de dias sem observar chuva na região (aproximadamente 30 dias)”, afirma ele. Conforme as informações do meteorologista do Sipam, a reportagem verificou que nos quinze dias de agosto foram detectados 34 focos na unidade de conservação e outros 29 no restante do mês, o período que segundo Luis Alves, teve muita umidade e chuva.

O aumento de queimadas pode estar aliado também à dispersão da operação ambiental ‘Terra Nova’ na Flona que foi organizada para zerar os crimes ambientais na Bom Futuro. No começo da operação, maio deste ano, havia cerca de 400 homens, quase um mês depois foi reduzido pela metade, e hoje não chega nem a 80 homens trabalhando para cumprir a ordem judicial assinado em abril de 2008. O balde de água fria, na ação ambiental considerada a maior do Brasil, foi dado após o acordo realizado pelo governo estadual, Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes, no inicio de junho. E a partir deste decreto que permuta áreas de preservação ambiental (a estadual Rio Vermelho de 600 hectares pela nacional do Bom Futuro de 140 mil hectares), alguns órgão começaram a retirar as equipes da operação, como o Instituto Nacional de Colonização e Regularização Agrária (Incra) e o Exército Brasileiro, o restante reduziu bastante o efetivo na localidade. A Terra nova ainda se deparou com o problema das multas milionárias que geraram um conflito com os moradores da vila de Rio Pardo. Infrações que acabarão sendo canceladas quando a permuta de unidades for concretizada.
Desmatamento

Nestes três meses e meio de operação, os únicos desmatamentos visualizados pelo os satélites do Inpe foram da própria força tarefa. As quatro bases operacionais instaladas nas principais estradas desmataram 310 hectares ou cerca de 310 campos de futebol.
Ação Civil

Em agosto, quatro procuradores da República e duas promotoras de Justiça de Rondônia entraram com uma ação civil pública ambiental para cancelar a transação firmada pelo governador, Ivo Cassol e a União. O Ministério Público Federal e Estadual desconfiam das verdadeiras intenções da troca de áreas de conservação. Segundo a ação, o acordo foi realizado para compatibilizar interesses alheios ao da população e do meio ambiente. O interesse do governo federal seria de agilizar as obras de jirau, ligadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O do Estado regularizar a vida dos invasores da Floresta Nacional.
Flona

Criada em 1988 com 271 mil hectares de área a cerca de 200 quilômetros da cidade de Porto Velho, a Flona começou a ser ocupada desordenadamente a partir de 1995 e 1997, com a instalação na região de dois assentamentos. Seguiram-se várias ocupações irregulares, inclusive simuladas por políticos que montaram currais eleitorais. Segundo o Sipam, atualmente cerca de 28% da Bom Futuro já foram desmatadas, com uma ocupação de 3,5 mil habitantes e 35 mil cabeças de boi pirata.

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